Ferrer, Ferreiro, Ferreira, há 7 anos.

Pensei em te escrever naquele caderno que é só nosso
Mas estou feliz. Felicidade não é motivo para escrever.
Se bem, que algo falta dentro de mim
E foi o que me deu forças para digitar tudo isso.
Olha, fazem 7 anos que somos amigas
E isso se aprofundou sempre mais
Digo, até pouco tempo
Quando começamos a nos afastar.
Como eu costumo dizer,
Se tu não fosse mulher
Seria meu marido
E eu vejo nosso relacionamento assim
Sei lá, quem sabe, tenha enjoado da minha cara
dos meus papos, da minha companhia
E decidiu partir para o novo.
Vejo algo se findando
E não é apenas isso
A escola também.
Ahhhh, a escola...
Posto de memória lindas nossas
E algumas das piores
Enfim, essa etapa praticamente JÁ ERA
E depois dali, quem sabe o que será de nós?
Eu sempre soube que um dia nos afastaríamos
Nunca fui daquelas que acreditam no eterno
Sabia que mudaria de casa, de personalidade
Sabia, eu sempre soube.
Mas por increça que parível
O que te fez afastar de mim
Não foi isso
E tampouco sei o que aconteceu.
Você conseguiu o que tanto quis...
E eu apoio! Ele é gente boa!
Fora o ciúmes... Arianos, amiga!
A partir dali começou, mas não sei
quando você começou a fazer falta em mim.
Não sei quando você decidiu ficar longe
Não sei como foi que tivemos tão pouco papo
Não sei como preferi ficar com minhas novas amigas
do que com você, ontem a noite.
Eu estava precisando dizer tudo isso
Precisando soltar isso
Por que eu sinceramente tenho medo
Que nos afastemos a tal ponto
De você ser apenas uma boa lembrança do Ensino Médio.
Diferente de muitos
Encaro essa minha nova etapa,
de moça responsável aos 18 anos,
como uma bela filosofia de vida
Loucamente, que poderia te assustar
Afinal, a gente nunca teve pensamentos iguais
Exceto quando falávamos do Chris Brown...
Você, tão meiga e dura
Eu, tão besta e depressiva
Seus papos, seus gostos
E até sua personalidade nunca foram minhas preferidas.
Que houve?
Pensou que fosse, né, danada?
Mas não.
Nunca gostei da sua falta de eufemismo
Da tua sinceridade
Da tua forma de se portar na frente de algumas pessoas
em que zoava comigo,
em que não sabia se por limites.
Os meus limites.
Perdi as contas de quantas vezes te defendi
Perdi as contas de quantas vezes eu me enraiveci por falarem mal de você
Por que apesar de tudo
Eu te amava.
Te amava tanto que isso tanto faz, tanto fez.
Em algumas das minhas crises de bipolaridade
Eu tive vontade de te esguelar.
Nas minhas piores dores, eu não te contava
Algumas, por esconder
Outras, porque quando eu te via
Só sabia sorrir.
Mas com essa distancia
Tudo que me vem por dentro
É irreconhecível.
Talvez pra você não seja de tamanha dimensão
O que estamos passando
Mas como eu disse, depressiva.
Meu olhar sobre diversas coisas é bem diferente
E meu medo de ver nossa história acabar assim
Ou de piores maneiras
E maior.
Maior porque, eu que não quero ter filhos,
E dediquei todos eles, caso viessem
A você, como madrinha.
Por mais que não concorde com tuas ideias de disciplina
Por mais que seus métodos, pra mim, não sejam os melhores e aceitáveis.
Eu sempre quis deixar você legitimamente na minha família.
E que fosse reconhecida por isso.
Faz alguns minutos, ou segundos
Perdi a noção do tempo
Tanto que são quase 5 da manhã
E eu estou escrevendo isso
Mas, senti uma vontade imensa de chorar,
Porém, não sai nada.
Não sai
Por que a vida me ensinou
Ou secou minhas lágrimas, tanto faz.
Eu não quero uma amizade apenas para o tempo que estudei
naquela escola maldita.
Eu não quero uma menina dentro do meu coração
E distante de mim
Já basta os homens
Eu não quero, independente do que o mundo faça
Que a universidade faça
Que seu trabalho faça
Ou que qualquer porra faça
Eu quero estar ao seu lado
E pretendo te defender de todo mal que puder
E de mim mesma, para te fazer sorrir
Todos os dias
Por que nas vezes que eu sofri
Mesmo contando para quase desconhecidos minha verdadeira dor
Foi teu sorriso que me animava.
Mamãe costuma dizer:
Basta ela chegar pra você ficar feliz, não é?
E sim, sempre foi assim
Desde quando eu escolhi você para falar no meu primeiro dia de aula
na quinta série, onde foi o único rosto que reconheci na multidão.
Talvez, Deus fez isso de propósito
E com um propósito.
Sei que, em alguns anos, isso possa parecer bobagem,
Quem sabe, minha primeira infantilidade aos 18 anos
Mas eu queria te dizer:
Não se vá. Não assim. Não agora.
Eu preciso de você
Por que faz parte de mim quanto eu mesma
Por que meus melhores momentos, foram com você
Pois não foram os melhores lugares, com as melhores situações
que te fizeram ser especial
Tampouco as vezes que saímos, pois são raras
Mas você foi meu verdadeiro amor na adolescência.
Não desse, como o senhor Julio fez/faz
Não te quero assim.
Apenas perto de mim.
Como uma irmã que eu planejei
Pois nunca tive uma, e o modelinho perfeito, nunca me agradou
Quero como confidente dos meus segredos
Como a guardiã da chave da minha salvação.
Por favor, não se vá.
Não assim, não agora.
E se puder, nunca.

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